13 fevereiro 2006

Miradouros (I)


Os miradouros são uma grande invenção. Permitem arejar, a mente e o corpo; são educativos, no sentido em que facilitam o conhecimento e a compreensão do território; favorecem a relação afectiva com as cidades, mesmo quando deles se miram espaços urbanos desordenados e caóticos, dado que a distância focal tipicamente favorece a paisagem; e permitem namorar, uma prática que parece estar em desuso entre os mais jovens.
Lisboa é, como se sabe, cidade de magníficos miradouros: Senhora do Monte, Graça, Castelo, Santa Luzia, Monte Agudo, Torel, Santa Catarina, S. Pedro de Alcântara, Janelas Verdes, Montes Claros, entre outros.
O território do Concelho de Odivelas é abençoado por vários pontos altos de grande interesse paisagístico. Contudo, sem se perceber muito bem porquê, não existe uma rede estruturada de miradouros. Na Cidade de Odivelas, em particular, apenas me lembro do jardim junto à Quinta Nova (perto do supermercado), cuja vista é, aliás, “embelezada” pelos inevitáveis postes de alta tensão e pelo urbanismo caótico em torno das já citadas Torres Gémeas.
Contudo, existem na Cidade, e no Concelho, vários pontos que poderiam dar óptimos miradouros. Um desses sítios é junto ao moinho da Ribeirada, não longe da nova urbanização. Daqui se avista a Serra da Amoreira, as várias Ramadas (de Cima, de Baixo, Jardim da Radial) e o cavado (e belo) vale da Ribeira de Caneças (ver foto). O sítio é óptimo para a instalação de uma esplanada dado ser voltado a poente. E existe também espaço para se fazer um jardim, apesar da pendente. Alguém sabe se para este local existem planos para um espaço de lazer? Ou será que a Urbanização da Ribeirada não parará e roubará mais uma oportunidade a todos os odivelenses (e não só) de passarem um final de tarde porreiro e em paz de espírito?