22 fevereiro 2006

Que bom que é construir na encosta (I)


Territórios declivosos, como o de Odivelas, são um drama para quem cá vive e gosta de andar a pé ou de bicicleta mas óptimos para construir. Porquê? Bem, a razão remete para o engenho e para o chico espertismo dos construtores: quando um determinato lote apresenta uma pendente significativa, o construtor faz da cota máxima a de soleira (R/C) e até à cota mínima desata a construir caves não enterradas. As vantagens são inúmeras: poupa-se nas terraplanagens, na contenção periférica, em rampas de acesso às garagens (tudo coisas que encarressem muito as obras) e, com sorte, ainda se fazem umas lojitas na cota mínima. Bom, bom é quando há ribeiras, de preferência com margens bem inclinadas.
Este fenómeno não é exclusivo de Odivelas, assumindo proporções dramáticas no Concelho de Sintra, também ele de relevo dinâmico: por exemplo, aconselha-se o leitor que gosta destes temas a viajar de Belas a Queluz (ao longo do Rio Jamor) que fica logo sensibilizado para o fenómeno ainda antes de sair do primeiro povoado!
Há muito exemplos de pisos não enterrados abaixo da cota de soleira também no nosso concelho, que vão dar vários “posts” interessantes. Vamos começar pelo Jardim da Radial (Ramada): na foto é possível observar dois pisos não enterrados abaixo do R/C e um passeio que custa a galgar. Mas há pior. Fiquem atentos!

2 Comments:

At 12:54 da manhã, Blogger Paula Figueiredo said...

É verdade! Estou farta de ver prédios e mais prédios. Logo eu que venho do Concelho de Oeiras.
Tenho uma filha de 2 anos e quando quero passear com ela tenho que ir à vizinha Amadora.
Quando é que Odivelas investe em espaços verdes?

 
At 1:40 da manhã, Blogger Maria Máxima Vaz said...

O chicoespertismo é o pior defeito dos portugueses e o mais comum.E com isso andamos a "tramar-nos uns aos outros" e a transformar o nosso território num país com "ar" de bairros clandestinos.

 

Enviar um comentário

<< Home