Campus revisitado
Quando há quase 20 anos entrei em Economia na Nova, o antigo colégio jesuíta ainda dominava por completo a paisagem e o actual Campus de Campolide não passava de um perigoso ermo com vestígios de antigas trincheiras.
Entretanto, com o passar dos anos, foram surgindo vários edifícios: a Residência Universitária Alfredo de Sousa, a Faculdade de Direito, a Reitoria da UNL e também dois edifícios de promoção privada (ocupados por instituições bancárias) bem perto do Campus.
Apesar do processo de urbanização não estar ainda concluído, é já claro que o alto de Campolide está bem mais bonito do que era há 20 anos. Gosto particularmente da forma como esses novos edifícios parecem dialogar entre si tendo como "tema de conversa" os códigos da arquitectura moderna.
Em particular, parece existir alguma cumplicidade entre os mesmos em torno dos Cincos Pontos de Le Corbusier para uma nova arquitectura. De facto, ora temos janelas em banda, ora temos pilotis que permitem não tapar completamente a magnífica vista para o Monsanto, ora temos fachadas livres, ora temos coberturas que poderiam ser jardins. Por vezes, encontra-se também brise soleil, uma invenção do grande Charles-Edouard Jeanneret tendo em vista lidar com os problemas térmicos originados pela exposição das grandes janelas ao Sol.
Gosto particularmente da Reitoria, da autoria dos irmãos Aires Mateus, Prémio Valmor de 2002. Lembro-me da grande polémica que gerou entre professores e alunos ainda durante a fase de projecto, com abaixo-assinados pelo meio. Evocará a sua maquinaria (elevadores e AVAC), por detrás de grandes panos de vidro, o imaginário corbusiano da "máquina de habitar"?
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