01 março 2006

Porto Eléctrico (I)


A Urbanização de Porto Pinheiro é o paradigma da “sintrização” do Concelho de Odivelas. Não é que esta operação urbanística não tenha algumas qualidades, nomeadamente: rede viária estruturada por amplas avenidas e rotundas-praça, qualidade arquitectónica acima da média (sobretudo ao longo das vias principais) ou, ao contrário do que tem acontecido no Parque das Nações, clara preocupação em garantir alguma homogeneidade na diversidade dos lotes (através da utilização de materiais idênticos ou semelhantes nas fachadas).
Contudo, é difícil encontrar argumentos positivos que justifiquem a dimensão e a densidade desta urbanização. E, apesar de estar ainda incompleta, não se lhe vislumbram espaços verdes significativos – para além do complexo do Odivelas Futebol Club, que não é propriamente um parque urbano, aberto à população em geral.
Mas o grande problema, a meu ver, de Porto Pinheiro é a forma descarada como os prédios vão subindo a encosta até à Arroja como se não existissem as 3 linhas de alta tensão de 220 Kv que nos trespassam a todos.
Que boa ideia seria rebaptizar o Porto Pinheiro de “Porto Eléctrico”. De facto, não vemos um único pinheiro; apenas postes de alta tensão no meio de prédios!