A cidade radiosa (I)
De facto, temos formas simples. Temos grandes vãos que parecem colocar em causa as leis da Física. Temos betão aparente. Temos grandes janelas que permitem o interior "entrar" no exterior e vice-versa. E temos canhões ou chaminés de luz como, por exemplo, no Convento de La Tourette (1957-60), pintados com as cores primárias amarelo, vermelho e azul - uma prática utilizada por Le Corbusier em algumas das suas obras mais emblemáticas, nomeadamente na Unidade de Habitação de Marselha (1946-52), no Pavilhão de Exposições em Zurique (1967) ou no referido convento.
O Arq.º Paulo Brito da Silva sublinha, de acordo com o sítio do Metro, que essas chaminés "constituem um sistema de ventilação natural, dispensando os habituais meios de ventilação mecânica, que também admite luz amarela, vermelha ou azul, conforme a hora, o dia, o mês ou as condições climatéricas".
A Estação de Odivelas possui uma intervenção plástica de Álvaro Lapa, denominada Lâmina. De acordo com o mesmo sítio, "é uma série de estudos aumentados e passados a cerâmica tendo como motivo a representação do corpo proprioceptiva e simbólica". Para o artista "é simbolizado conscientemente o devir animal", notando que "Lâmina é anagrama de Animal".
Para além da evocação da cidade moderna, a Estação parece também evocar o passado de Odivelas, ligado à glorificação dos prazeres carnais proibidos.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home