As hortas
Apartidário. Construtivo. Eclético.
Talvez aproveitando o espírito da quadra bem como a mediática (e louvável) inauguração da primeira Loja do Cidadão de 2.ª Geração, a Câmara Municipal de Odivelas brinda-nos com uma exposição ilustrativa dos principais projectos em curso ou previstos (patente no Piso 2 do C. C. Odivelas Parque).
A OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico divulgou um estudo que prevê uma triplicação da população mundial, residente em zonas costeiras, sujeita a risco de inundação no horizonte de 2070, fruto das alterações climáticas em curso.
Estamos todos de acordo que Odivelas é uma "Terra de Oportunidades". No entanto, muitas são as potencialidades perdidas ou mal aproveitadas.
Já várias vezes apontei o caso da Serra da Amoreira, um local magnífico mas muito pouco aproveitado como espaço de lazer e descompressão.
Outro bom exemplo de um espaço mal aproveitado é o que resta do antigo cemitério de Odivelas (ver foto). Que belo jardim dava! Um jardim intimista, onde as pedras antigas poderiam ter o seu lugar bem como a água a correr ao longo da leve pendente!
O local insere-se no topo Sul da Quinta do Mendes, uma das mais interessantes urbanizações de Odivelas, construída seguindo os princípios do Urbanismo Moderno, com amplas faixas verdes com equipamentos colectivos, que o ajardinamento desse espaço poderia completar de forma particularmente feliz.
A Cidade de Lisboa possui três importantes obstáculos que impedem uma deslocação automóvel fluída de Norte para Sul e vice-versa.
Os primeiros dias de serviço do troço final do Eixo Norte-Sul parecem revelar um estranho paradoxo: a abertura de uma nova via de grande capacidade em Lisboa, em vez de descongestionar, congestiona - nomeadamente, a Calçada de Carriche, a Av. Padre Cruz, o Campo Grande e Telheiras.
Não vou falar ainda sobre o grande acontecimento da última semana: a abertura do troço final do Eixo Norte-Sul (IP7), entre a Av. Padre Cruz e o Túnel do Grilo. A razão é simples: na quinta e na sexta-feira, a Calçada de Carriche mostrou-se, algo paradoxalmente, mais congestionada do que é habitual. Provavelmente, muitos odivelenses ainda não conhecem a nova alternativa de entrada (e saída) em Lisboa, pelo que é cedo para se fazer um balanço.
Os acontecimentos de Sacavém, hoje de manhã, fazem-nos lembrar a perigosidade das zonas baixas da bacia hidrográfica do Rio Trancão, cuja foz fica junto a esse povoado do Concelho de Loures.
Grande parte da "piada" da Cidade de Odivelas está no facto de ser rodeada por serras. Se é verdade que, em geral, as mesmas estão muito longe de estar bem tratadas - as dávidas da natureza atrairam, nomeadamente, muita habitação ilegal - também é verdade que as serras que cercam Odivelas encerram e escondem factos insólitos e algumas surpresas.
A urbanização “Jardim da Radial” é, porventura, a primeira grande operação urbanística no Concelho de Odivelas que podemos classificar como neo-barroca, cujo início da construção remonta à segunda metade da década de 90. Localiza-se na Freguesia da Ramada, junto ao limite Norte da Cidade de Odivelas, sendo servida de forma directa por um nó do IC 22, o que a torna, de alguma forma, uma “Edge City” (Silva, Elisabete A., 2002, “Cenários de Expansão Urbana na Área Metropolitana de Lisboa”, Revista de Estudos Regionais – Lisboa e Vale do Tejo, 2.º Semestre, Lisboa, INE).